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Anestesias: conheça os 4 tipos

Tempo de leitura: 6 minutos

Tipos de anestesias

Você conhece os tipos de anestesias e a ação esperada de cada uma delas?

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Este artigo irá descrever sobre os tipos de anestesias realizadas em diversos tipos de cirurgias.

Serão estudados quatro tipos: a geral, a raquidiana, a peridural e a local.

A anestesia, como é conhecida hoje, é um segmento recente da medicina.

No início, era administrada por métodos e meios inseguros, causando muita apreensão por parte dos pacientes.

O que é anestesia?

A anestesia é um procedimento médico que visa bloquear temporariamente a capacidade do cérebro de reconhecer um estímulo doloroso.

História da anestesia

descoberta da anestesia foi uma das inovações clínicas que revolucionaram a cirurgia. A anestesia com éter foi descoberta em Boston na década de 1840. Anos antes, em 1831, o clorofórmio havia sido elaborado. O médico escocês Sir James Simpson de Edimburgo foi o primeiro a usá-lo como anestésico em 1847, mas só foi largamente aceito na medicina por volta de 1853.

A única anestesia conhecida até o momento era feita à base de álcool e pólvora, aplicada no paciente por via oral. Normalmente ele era segurado pelos assistentes enquanto mordia algo para não gritar, até que a operação terminasse. Geralmente eram feitas desta forma amputações, consideradas na época como “grandes cirurgias”.

Embora os pacientes aguentassem dores extraordinárias, havia uma busca urgente por analgésicos. Para aliviar a dor, eram combinadas várias substâncias, a maior parte delas extraída de plantas “medicinais”. Às vezes, a mistura ficava muito forte e o paciente morria por overdose.

Com o surgimento da anestesia, os procedimentos cirúrgicos se tornaram mais seguros.

No Brasil, ela foi usada pela primeira vez em 1847 pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo. De modo geral, a anestesia é feita com uma combinação de medicamentos usados para diminuir a sensação de dor, amnésia, sedação e hipnose, imobilidade e bloqueio de reflexos.

Conheça agora os 4 tipos de anestesias:

Geral

A anestesia geral possui quatro fases: pré-medicação, indução, manutenção e recuperação.

A fase de pré-medicação é feita para que o paciente chegue ao ato cirúrgico calmo e relaxado.

Normalmente é administrado um ansiolítico (calmante) de curta duração, como o midazolam, deixando o paciente já com um grau leve de sedação.

A fase de indução é normalmente feita com drogas por via intravenosa, sendo o Propofol a mais usada atualmente.

Após a indução, o paciente rapidamente entra em sedação mais profunda, ou seja, perde a consciência, ficando em um estado popularmente chamado de coma induzido.

O paciente apesar de estar inconsciente, ainda pode sentir dor, sendo necessário aprofundar ainda mais a anestesia para a cirurgia poder ser realizada.

Para tal, o anestesista também costuma administrar um analgésico opióide, como o Fentanil.

Neste momento o paciente já apresenta um grau importante de sedação, não sendo mais capaz de proteger suas vias aéreas das secreções da cavidade oral, como a saliva.

Além disso, na maioria das cirurgias com anestesia geral é importante haver relaxamento dos músculos, fazendo com que a musculatura respiratória fique inibida.

O paciente, então, precisa ser entubado e acoplado a ventilação mecânica para poder receber uma oxigenação adequada e não aspirar suas secreções.

No início da fase de manutenção as drogas usadas na indução, que têm curta duração, começam a perder efeito, fazendo com que o paciente precise de mais anestésicos para continuar o procedimento.

Nesta fase, a anestesia pode ser feita com anestésicos por via inalatória ou por via intravenosa. Na maioria dos casos a via inalatória é preferida.

Os anestésicos são administrados através do tubo orotraqueal na forma de gás (vapores) junto com o oxigênio, sendo absorvidos pelos alvéolos do pulmão, passando rapidamente para a corrente sanguínea.

Alguns exemplos de anestésicos inalatórios são o óxido nitroso e os anestésicos halogenados (halotano, sevoflurano e desflurano), drogas administradas continuamente durante todo o procedimento cirúrgico.

A profundidade da anestesia depende da cirurgia.

O nível de anestesia para se cortar a pele é diferente do nível para se abordar os intestinos, por exemplo.

Conforme o procedimento cirúrgico avança, o anestesista procura deixar o paciente sempre com o mínimo possível de anestésicos.

Uma anestesia muito profunda pode provocar hipotensões e desaceleração dos batimentos cardíacos, podendo diminuir demasiadamente a perfusão de sangue para os tecidos corporais.

Quando a cirurgia entra na sua fase final, o anestesista começa a reduzir a administração das drogas, já planejando uma cessação da anestesia junto com o término do procedimento cirúrgico.

Se há relaxamento muscular excessivo, drogas que funcionam como antídotos são administradas.

Nesta fase de recuperação, novamente analgésicos opioides são administrados para que o paciente não acorde da anestesia com dores no local onde foi cortado.

Conforme os anestésicos inalatórios vão sendo eliminados da circulação sanguínea, o paciente começa a recuperar a consciência, passando a ser capaz de voltar a respirar por conta própria.

Quando o paciente já se encontra com total controle dos reflexos das vias respiratórias, o tubo orotraqueal pode ser retirado.

Neste momento, apesar do paciente já ter um razoável grau de consciência, ele dificilmente se recordará do que aconteceu nesta fase de recuperação devido aos efeitos amnésicos das drogas.

Raquidiana

É o nome dado para a anestesia decorrente da aplicação de um anestésico local no interior do espaço subaracnóideo.

O anestesiologista fará uma injeção local de anestésico na região lombar e introduzirá uma fina agulha profundamente até localizar o líquido cefalorraquidiano (no qual a medula espinhal é envolvida).

Então, serão injetados de 2 a 4 ml de medicação anestésica, ocasionando a perda da sensibilidade dolorosa, do tato e dos movimentos das pernas.

Possui efeito imediato e dura 2 horas.

Peridural

O anestésico é injetado na região peridural, que fica ao redor do canal espinhal, e não propriamente dentro, como no caso da anestesia raquidiana.

É administrada a anestesia por um cateter, implantado no espaço peridural.

Também causa dormência na região abdominal, pernas e pés.

Essa anestesia pode continuar a ser administrada no pós-operatório para controle da dor nas primeiras horas após a cirurgia.

Seu efeito inicia em 15 minutos e dura até 5 horas.

Local

É aplicado o medicamento anestésico somente no local onde será realizado o procedimento.

Para evitar que o sangue absorva todo esse medicamento cortando o efeito da anestesia , é aplicado junto com a anestesia uma quantidade de adrenalina. Nesse caso, o paciente permanece consciente.

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