Tempo de leitura: 4 minutos
Índice
O que é pericardite?
O pericárdio é uma membrana que envolve o coração, formada por duas camadas, contendo pouco líquido entre elas. Quando há inflamação dessa membrana, há o quadro clínico denominado pericardite.
Nesse quadro, essa membrana se inflama e a quantidade de líquido entre as camadas pode aumentar.
Causas
A inflamação do pericárdio é geralmente causada por um vírus, mas pode também ser causada por bactérias ou fungos.
A causa viral é a mais comum. Dentre os vírus que podem causar pericardite estão o vírus da gripe (influenza), do sarampo, da caxumba, da catapora, Epstein-Barr e também o coronavírus causador da COVID-19.
Já a pericardite de origem bacteriana está associada à endocardite, pneumonia, trauma penetrante ou causada por radiação na região, ou devido à cirurgia cardíaca.
Outras causas incluem tuberculose (causa bastante comum em países em desenvolvimento), câncer (sobretudo ligada ao carcinoma de pulmão, carcinoma de mama e outros tipos de câncer na região do tórax) e infarto agudo do miocárdio, que corresponde a 10% a 15% dos casos de pericardite.
Muitas vezes, as causas que levaram à pericardite não podem ser identificadas. Assim, dá-se o nome de pericardite idiopática, mas cuja provável causa é viral.
Tipos de pericardite
Os tipos de pericardite podem ser divididos conforme o caso clínico ou conforme as causas.
Conforme o quadro clínico
Pericardite aguda
Esse tipo de pericardite desenvolve-se rapidamente, geralmente resultando em acúmulo de líquido no pericárdio (chamado derrame pericárdico).
Subaguda
Desenvolve-se semanas ou até meses após o evento desencadeador da pericardite.
Pericardite crônica
Também chamada pericardite persistente, visto que permanece por mais de 6 meses.
Conforme a causa
- Pericardite constritiva;
- Efusão pericardial;
- Tamponamento cardíaco;
- Viral;
- Bacteriana ou purulenta;
- Tuberculosa;
- Traumática;
- Por malignidade;
- Por radiação.
Sintomas
Os principais sintomas da pericardite são:
- Dor na região do tórax;
- Dor muscular;
- Febre;
- Dificuldade de respiração;
- Cansaço;
- Tosse;
- Gastroenterite;
- Pressão arterial baixa.
Os sintomas podem variar de intensidade, conforme a gravidade da doença.
Diagnóstico
Os sintomas da pericardite são bastante inespecíficos e podem ser facilmente confundidos com outras doenças.
Portanto, é essencial que o médico analise o paciente, para estabelecer o diagnóstico correto.
Um dos primeiros exames a ser realizado é a ausculta do coração. Através dele, é possível identificar haver um atrito entre as camadas de pericárdio.
Outros exames também são bastante úteis para o diagnóstico de pericardite. Dentre eles, o ecocardiograma, bastante útil para o diagnóstico de derrame pericárdico.
Além disso, exames como a ressonância magnética também podem auxiliar no diagnóstico, sobretudo para avaliar as estruturas próximas do coração, que podem causar a pericardite, como no caso de lesões de câncer, por exemplo.
A ressonância é o exame ideal para avaliar a espessura do pericárdio, que pode apresentar-se mais espesso devido à inflamação.
Tratamento
O tratamento constitui-se na prescrição de medicações pelo cardiologista. Essas medicações se resumem a anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e colchicina.
Assim, o objetivo das medicações é não somente reduzir os sintomas, como também minimizar a inflamação no tecido ao redor do coração.
No caso dos AINEs, a prescrição é reduzida após 2 a 4 semanas dos sintomas terem diminuído. Já a colchicina é prescrita por três meses, para reduzir a chance de pericardite recorrente.
A pericardite recorrente por ocorrer em 30% dos pacientes, portanto, o paciente deve ser manejado com cuidado e atenção, para evitar o re-surgimento da patologia.
Ainda, atividades extenuantes nesse período de tratamento devem ser evitadas.
A pericardite tem cura?
Sim, a pericardite aguda tem cura, quando diagnosticada corretamente e quando o tratamento é instituído rapidamente.
Nos casos mais graves, a internação hospitalar pode ser necessária.
Qual é a relação de pericardite e COVID-19?
Alguns pacientes que tiveram COVID-19 apresentaram pericardite, devido à presença do vírus na membrana que envolve o coração ou pela intensa reação inflamatória desencadeada no organismo durante a infecção por coronavírus.
Entretanto, não é uma sequela de todos os pacientes. Daí a importância do acompanhamento cardiológico de pacientes que tiveram COVID-19.
E se você está em busca de mais informação e conhecimento inscreva-se em nosso canal do Youtube onde estamos semanalmente publicando conteúdos de qualidade para auxiliar na formação e desenvolvimento da sua carreira.
Para complementar seus estudos assista a nossa aula completa clicando no vídeo abaixo.