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O que é poliomielite?
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo vírus Poliovirus, com sorotipos 1, 2 ou 3.
Essa foi uma doença responsável por um grande número de crianças com paralisia. Porém, com o desenvolvimento da vacina, os índices de infecção por poliomielite caíram consideravelmente.
A doença pode atingir tanto crianças, menores de 4 anos, que são o grupo mais comum, mas também adultos.
Através da vacinação em crianças, a doença foi praticamente erradicada em diversos países. Porém, ainda há casos em países sem acesso maciço à vacinação, como em alguns países do continente africano e asiático, por exemplo.
Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a poliomielite endêmica na Nigéria, Índia, Afeganistão e Paquistão.
Como se dá a transmissão da poliomielite?
O vírus causador da poliomielite é transmitido facilmente por meio das mãos e contato com secreções das vias aéreas. Ou seja, uma criança pode transmitir facilmente para outra, através de um espirro ou mesmo contaminação da água e de alimentos, por fezes.
Por isso que representa um vírus com alta taxa de transmissão, justamente por afetar crianças e por ter sua transmissão realizada de maneira rápida e fácil, através de contato das mãos com secreções oro-fecais.
Desenvolvimento da doença
Nem todas as crianças infectadas com Poliovírus vão desenvolver paralisia infantil, que é a sequela mais grave da doença. Cerca de 95% das crianças infectadas pelo vírus terão a forma assintomática da doença.
Após o período de incubação, o qual representa em média de 7 a 14 dias, muitas crianças apresentam a forma subclínica da doença, com poucos sintomas. Mas, cerca de 1% dos infectados desenvolve a forma mais grave, com sequelas como a paralisia dos membros inferiores.
O vírus se multiplica na garganta e no intestino, podendo chegar até a corrente sanguínea e daí, para o cérebro.
Quando o vírus atinge o cérebro e os tecidos do sistema nervoso, há destruição dos neurônios motores. Com isso, há paralisia dos membros inferiores.
A doença também pode levar a óbito caso sejam atingidos os centros que controlam a respiração.
Sintomas
Conforme já dito, muitas crianças desenvolvem uma forma subclínica da doença, com ausência de sintomas ou até sintomas bem leves, que lembram uma infecção respiratória.
Porém, é importante salientar que mesmo nas formas assintomáticas ou subclínicas, há transmissão da doença. Essa forma da doença é chamada não-paralítica.
Nesses casos, os sintomas mais comuns são:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dores de cabeça;
- Dor de garganta;
- Vômitos;
- Diarreia.
Já no agravamento da doença, ou seja, na forma paralítica, os sintomas incluem a flacidez muscular que afeta um dos membros, provocando a paralisia infantil.
Fatores de risco
Como fatores de risco para a poliomielite temos a falta de saneamento e condições adequadas de moradia, algo comum em muitos países.
Também é essencial apontar a falta de vacinação contra a poliomielite como um fator de risco para a doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da poliomielite é feito pelo médico pediatra. Deve-se suspeitar da doença sempre que houver um caso com paralisia flácida dos membros inferiores, com diminuição dos reflexos tendinosos, em menores de 15 anos.
Para confirmação do diagnóstico, se faz o exame de liquor, com a cultura do liquor para verificação da presença do vírus. Outro exame importante para o diagnóstico é a eletromiografia.
A doença tem notificação compulsória.
Tratamento
Para o tratamento, é importante que o diagnóstico seja precoce, para que medidas possam ser tomadas e, se possível, evitar sequelas mais severas ao paciente. A princípio, o repouso absoluto é indicado, para reduzir a paralisia.
São utilizadas medidas terapêuticas de suporte, em ambiente hospitalar, para minimizar os danos, somadas a cuidados ortopédicos e fisioterápicos.
Não há um tratamento específico para poliomielite. A melhor forma é sempre evitar a doença, com medidas sanitárias eficazes e a melhor prevenção possível, a vacina.
Prevenção
Vacinas são as melhores formas de prevenir doenças. No caso específico da poliomielite, a vacina é conhecida como VIP (injeção) ou VOP (oral) e protege a criança contra os três sorotipos da doença.
De fato, inicia-se a vacinação contra a poliomielite com 6 semanas de vida (2 meses), com a primeira dose, administrada sob a forma de injeção.
A seguir, a 2a dose, aos 4 meses e a 3a dose aos 6 meses, todas administradas sob a forma de injeção.
Então, inicia-se o reforço da vacina, com o primeiro reforço aos 15 e 18 meses de vida, podendo ser via oral (VOP) ou injeção.
E por último, o segundo reforço, entre 4 e 5 anos, também podendo ser via oral ou injeção.
É possível entender porque há duas formas diferentes de administração das vacinas contra poliomielite e por cada uma ser utilizada em períodos específicos.
Quando a criança é bem nova, o seu sistema imunológico está muito imaturo ainda. Assim, preconiza-se a vacina injetada, pois ela é feita com o vírus inativado, ou seja, não consegue causar a doença.
Já com a criança tendo mais idade, a via oral (gotinha) pode ser administrada, pois, a criança já terá tomado as doses anteriores e seu sistema imunológico conseguirá, a partir do vírus atenuado, desenvolver uma resposta eficaz de anticorpos contra a doença.
Dessa forma, ela garante proteção contra a poliomielite.
Essa vacina também é indicada para regiões endêmicas.
Além da vacinação em massa, que leva à erradicação da doença, medidas sanitárias também são importantes para melhora do saneamento básico das regiões.
Portanto, beber somente água tratada, lavar constantemente as mãos e ter rede de esgoto apropriada também são medidas que contribuem para a menor transmissão da doença.
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