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Poliomielite

Poliomielite

Tempo de leitura: 6 minutos

O que é poliomielite?

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo vírus Poliovirus, com sorotipos 1, 2 ou 3.

Essa foi uma doença responsável por um grande número de crianças com paralisia. Porém, com o desenvolvimento da vacina, os índices de infecção por poliomielite caíram consideravelmente.

A doença pode atingir tanto crianças, menores de 4 anos, que são o grupo mais comum, mas também adultos.

Através da vacinação em crianças, a doença foi praticamente erradicada em diversos países. Porém, ainda há casos em países sem acesso maciço à vacinação, como em alguns países do continente africano e asiático, por exemplo.

Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a poliomielite endêmica na Nigéria, Índia, Afeganistão e Paquistão.

Como se dá a transmissão da poliomielite?

O vírus causador da poliomielite é transmitido facilmente por meio das mãos e contato com secreções das vias aéreas. Ou seja, uma criança pode transmitir facilmente para outra, através de um espirro ou mesmo contaminação da água e de alimentos, por fezes.

Por isso que representa um vírus com alta taxa de transmissão, justamente por afetar crianças e por ter sua transmissão realizada de maneira rápida e fácil, através de contato das mãos com secreções oro-fecais.

Desenvolvimento da doença

Nem todas as crianças infectadas com Poliovírus vão desenvolver paralisia infantil, que é a sequela mais grave da doença. Cerca de 95% das crianças infectadas pelo vírus terão a forma assintomática da doença.

Após o período de incubação, o qual representa em média de 7 a 14 dias, muitas crianças apresentam a forma subclínica da doença, com poucos sintomas. Mas, cerca de 1% dos infectados desenvolve a forma mais grave, com sequelas como a paralisia dos membros inferiores.

O vírus se multiplica na garganta e no intestino, podendo chegar até a corrente sanguínea e daí, para o cérebro.

Quando o vírus atinge o cérebro e os tecidos do sistema nervoso, há destruição dos neurônios motores. Com isso, há paralisia dos membros inferiores.

A doença também pode levar a óbito caso sejam atingidos os centros que controlam a respiração.

Sintomas

Conforme já dito, muitas crianças desenvolvem uma forma subclínica da doença, com ausência de sintomas ou até sintomas bem leves, que lembram uma infecção respiratória.

Porém, é importante salientar que mesmo nas formas assintomáticas ou subclínicas, há transmissão da doença. Essa forma da doença é chamada não-paralítica.

Nesses casos, os sintomas mais comuns são:

Já no agravamento da doença, ou seja, na forma paralítica, os sintomas incluem a flacidez muscular que afeta um dos membros, provocando a paralisia infantil.

Fatores de risco

Como fatores de risco para a poliomielite temos a falta de saneamento e condições adequadas de moradia, algo comum em muitos países.

Também é essencial apontar a falta de vacinação contra a poliomielite como um fator de risco para a doença.

Diagnóstico

O diagnóstico da poliomielite é feito pelo médico pediatra. Deve-se suspeitar da doença sempre que houver um caso com paralisia flácida dos membros inferiores, com diminuição dos reflexos tendinosos, em menores de 15 anos.

Para confirmação do diagnóstico, se faz o exame de liquor, com a cultura do liquor para verificação da presença do vírus. Outro exame importante para o diagnóstico é a eletromiografia.

A doença tem notificação compulsória.

Tratamento

Para o tratamento, é importante que o diagnóstico seja precoce, para que medidas possam ser tomadas e, se possível, evitar sequelas mais severas ao paciente. A princípio, o repouso absoluto é indicado, para reduzir a paralisia.

São utilizadas medidas terapêuticas de suporte, em ambiente hospitalar, para minimizar os danos, somadas a cuidados ortopédicos e fisioterápicos.

Não há um tratamento específico para poliomielite. A melhor forma é sempre evitar a doença, com medidas sanitárias eficazes e a melhor prevenção possível, a vacina.

Prevenção

Vacinas são as melhores formas de prevenir doenças. No caso específico da poliomielite, a vacina é conhecida como VIP (injeção) ou VOP (oral) e protege a criança contra os três sorotipos da doença.

De fato, inicia-se a vacinação contra a poliomielite com 6 semanas de vida (2 meses), com a primeira dose, administrada sob a forma de injeção.

A seguir, a 2a dose, aos 4 meses e a 3a dose aos 6 meses, todas administradas sob a forma de injeção.

Então, inicia-se o reforço da vacina, com o primeiro reforço aos 15 e 18 meses de vida, podendo ser via oral (VOP) ou injeção.

E por último, o segundo reforço, entre 4 e 5 anos, também podendo ser via oral ou injeção.

É possível entender porque há duas formas diferentes de administração das vacinas contra poliomielite e por cada uma ser utilizada em períodos específicos.

Quando a criança é bem nova, o seu sistema imunológico está muito imaturo ainda. Assim, preconiza-se a vacina injetada, pois ela é feita com o vírus inativado, ou seja, não consegue causar a doença.

Já com a criança tendo mais idade, a via oral (gotinha) pode ser administrada, pois, a criança já terá tomado as doses anteriores e seu sistema imunológico conseguirá, a partir do vírus atenuado, desenvolver uma resposta eficaz de anticorpos contra a doença.

Dessa forma, ela garante proteção contra a poliomielite.

Essa vacina também é indicada para regiões endêmicas.

Além da vacinação em massa, que leva à erradicação da doença, medidas sanitárias também são importantes para melhora do saneamento básico das regiões.

Portanto, beber somente água tratada, lavar constantemente as mãos e ter rede de esgoto apropriada também são medidas que contribuem para a menor transmissão da doença.

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