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O que é choque séptico?
Embora muitos acreditem que sepse e choque séptico sejam sinônimos, não são. Há diferenças nas definições.
Por definição, sepse é uma condição clínica heterogênica, grave, causada por uma infecção, na qual há uma resposta imunológica que cria efeitos nocivos, além da infecção em si.
De fato, a sepse é uma disfunção com alta mortalidade, mesmo com a evolução de medidas diagnósticas e medicamentos.
Já o choque séptico é considerado um subconjunto da sepse, no qual há evolução para hipotensão persistente, que requer a administração de drogas vasoativas. O choque séptico está mais relacionado à mortalidade do que somente a sepse, revelando taxa de mortalidade hospitalar acima de 40%.
Portanto, podemos considerar o choque séptico como uma complicação de um quadro de sepse.
Causas do choque séptico
Existem diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento do choque séptico em um paciente.
Dentre eles, o sistema imunológico mais debilitado e também a presença de bactérias mais agressivas.
Outros fatores, como a presença de cateteres constantes, aumenta o risco de desenvolvimento do problema, uma vez que as bactérias adentram pelo cateter, direto na corrente sanguínea, onde liberam as toxinas.
Os micro-organismos mais comumente ligadas ao desenvolvimento de sepse e choque séptico são:
- Bactérias: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus sp., Neisseria meningitidis.
- Vírus: dengue, febre amarela ou H1N1;
- Fungos: gênero Candida sp.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento de sepse e choque séptico, tais como:
- Sistema imunológico enfraquecido;
- Presença de cateteres;
- Internações hospitalares prolongadas.
Sintomas
Um paciente que apresenta sintomas de sepse ou de choque séptico, deve ter diagnóstico rápido e precoce, por alta mortalidade desses casos.
Dentre os sintomas mais comuns, podemos citar:
- Baixa pressão permanente, mesmo com administração de fluidos, a pressão fica em valores abaixo de 65 mmHg;
- Lactato sérico acima de 2 mol/L;
- Respiração rápida, na tentativa do organismo de melhorar a oxigenação dos tecidos;
- Temperatura febril ou abaixo do considerado normal;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Menor produção de urina;
- Perda de consciência ou alteração do estado mental.
Lembrando que a história de uma infecção também é importante para levantar suspeita de sepse.
Quando o micro-organismo atinge a corrente sanguínea do paciente, libera toxinas no sangue. Com isso, há estimulação do organismo, pela liberação dessas toxinas, em produzir citocinas e mediadores inflamatórios.
A evolução para o choque séptico ocorre quando a toxicidade dos micro-organismos é bastante elevada.
Quando um paciente chega na unidade de pronto atendimento de um hospital, pode-se usar diversos escores para classificação rápida desse paciente com sepse.
Os escores que podem ser utilizados para sepse são:
- Respiração baixa PaO2/FiO2;
- Coagulação: trombocitopenia;
- Elevação das bilirrubinas séricas;
- Hipotensão;
- Alteração do estado mental;
- Creatinina elevada com diminuição do débito urinário.
Diagnóstico
É essencial que o diagnóstico de choque séptico seja feito com rapidez. Assim, aumenta-se a probabilidade de sobrevida do paciente.
Baseado nos sintomas descritos, o diagnóstico pode ser obtido através de exames de sangue e exame físico do paciente, sobretudo medida da pressão e frequência cardíaca acelerada.
O diagnóstico de choque séptico é confirmado pelos resultados dos exames de sangue em relação ao lactato elevado e pressão arterial baixa, mesmo após instituição de tratamento inicial.
Com a avaliação dos sistemas respiratório, de coagulação, hepático, cardiovascular, renal e mental, o diagnóstico é fechado.
Tratamento de choque séptico
O tratamento de choque séptico é feito com o paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
No tratamento, são prescritos antibióticos potentes, de largo espectro, para eliminar as bactérias agressivas que estão causando o problema.
Além disso, são prescritos corticoides, que são utilizados para diminuir a resposta imune do organismo.
Também é mantida a hidratação do paciente, com utilização de fluidos na veia.
Em caso de pacientes com anemia ou hemoglobina abaixo de 7mg/dl, transfusão de sangue pode ser necessária.
A pressão arterial também é monitorada, com medicamentos que elevem a pressão arterial, tais como medicamentos vasopressores como noradrenalina, vasopressina e dopamina.
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