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Doação De Órgãos: Tudo Que Você Precisa Saber

Tempo de leitura: 6 minutos

Doação De Órgãos: Tudo Que Você Precisa Saber 

O Brasil é referência mundial quando o assunto é doação de órgãos, ficando atrás em números apenas dos EUA.

 A doação de órgãos é o procedimento quando um paciente recebe um órgão, parte de um órgão ou tecido de outro ser humano, vivo ou falecido. 

Cerca de 96% das doações de órgãos no Brasil são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e muitas dúvidas podem surgir sobre todo o procedimento de doação de órgãos. Dessa forma, vamos esclarecer os principais conceitos e dúvidas. 

O SUS Na Doação De Órgãos 

Orgãos e tecidos que podem ser doados - Doação De Órgãos: Tudo Que Você Precisa Saber

Para quem precisa de um órgão e para quem vai doar um órgão, o SUS tem papel fundamental, já que todos os exames, cirurgia e pós-operatório são realizados, financiados e acompanhados pelo SUS. 

Existe no país a chamada lista única. A lista única é uma lista na qual são incluídos todas as pessoas que necessitam de órgãos ou tecidos no país. 

Essa lista tem uma ordem conforme a necessidade do indivíduo, mediante seu quadro clínico. 

Ou seja, quanto mais grave o quadro clínico do paciente, mais no topo da lista ele estará, justamente para que tenha mais chances de receber rápido o órgão que necessita. 

Tipos De Doadores 

Existem dois tipos de doadores. 

Morte Encefálica 

A morte encefálica é a morte das funções cerebrais de forma completa e irreversível, ou seja, é a morte da pessoa. 

Muitas pessoas confundem morte encefálica com coma. O coma não é irreversível, podendo a pessoa ainda acordar, mas a morte encefálica é irreversível. 

Quando ocorre a morte encefálica, a doação de órgãos pode ocorrer com a autorização da família, de acordo com a Lei 9.434. 

Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de órgãos, mas para isso é necessário  a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. 

A morte encefálica tem seu diagnóstico regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, seguindo as mesmas normas em todo território nacional. 

A Importância Da Família Na Doação De Órgãos 

Em caso de morte encefálica do paciente, a família deve autorizar a doação de órgãos. 

Infelizmente, por falta de conhecimento ou por ter conceitos errados sobre a doação de órgãos, algumas famílias acabam negando a doação de órgãos do paciente. 

Para se ter uma ideia de como essa negativa pode impactar a saúde de pessoas, só no estado de São Paulo, de 2013 a 2018, o percentual de negativa familiar, ou seja, de casos nos quais poderia haver a doação de órgãos e salvado outras vidas, variou de 44% a 36%. 

Ou seja, em 2013, por exemplo, no estado de São Paulo, houve negativa familiar em 44% de casos em que poderia ter havido doação de órgãos. Esse número é muito alto, infelizmente. 

Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador, mas na grande maioria dos casos, quando a família tem conhecimento prévio da vontade do dador, esse desejo é respeito. 

Dessa forma, é de suma importância que todos avisem suas famílias sobre seu desejo expresso de ser doado. 

Quando há decisão judicial, se a vontade do doador foi expressamente registrada, ela também é respeitada. 

Portanto, sempre avise sua família sobre a importância de ser doador de órgãos e da sua decisão de ser doador de órgãos. 

Riscos De Doação De Órgãos Para O Doador 

Para doadores vivos, a doação de órgãos tem risco inerente a qualquer cirurgia.
Porém, antes do procedimento, são realizados exames de sangue para minimizar esse risco.
Veja como fica quando há doação dos seguintes órgãos de um paciente vivo: 

1 – Rim 

É possível viver bem, com qualidade de vida com um único rim. 

2 – Fígado 

É retirada uma parte do órgão, justamente pelo fígado ter grande capacidade de regeneração e, com isso, pode retornar ao seu tamanho normal. 

3 – Pulmão 

Geralmente, é retirada uma pequena parte do órgão e transplantado a uma criança, portanto, o paciente adulto consegue viver bem e com qualidade de vida após a cirurgia. 

4 – Medula óssea 

No caso da medula óssea, existem duas formas de se realizar a doação e somente uma delas há necessidade de anestesia geral

De todo jeito, a recuperação do paciente é tranquila e não há nenhum prejuízo pra quem realiza a doação. 

REDOME 

O REDOME é o registro nacional de doadores de medula óssea. Ele contém mais de 4,6 milhões de doadores registrados. 

A busca por um doador de medula óssea compatível não se restringe somente ao REDOME. Há acesso a outros registros em diversos países, aumentando o número de potenciais doadores para quase 26 milhões.

 Da mesma forma que pessoas que necessitam de doação de medula óssea em outros países também podem ter acesso aos cadastros de doadores de medula óssea no Brasil, sendo essa uma rede internacional de colaboração. 

É importante ressaltar que não existe limite para doação de medula óssea por um paciente, sendo que ele pode ser acionado quantas vezes forem necessárias para realizar a doação. 

Além disso, os pacientes não ficam limitados ao cadastro em seu respectivo estado, uma vez que a busca no REDOME é realizada de forma global, abrangendo tanto os doadores nacionais, como bancos internacionais. 

O Brasil está conectado a Worldwide Network For Blood & Marrow Transplantation, que permite essa busca mundial. 

A Importância De Doação De Órgãos 

Um único doador pode salvar até 10 vidas. 

Quando ocorre a morte encefálica, não há mais como aquele paciente retornar à vida, portanto, a melhor atitude é doar seus órgãos e salvar diversas vidas. 

Avise sua família sobre seu desejo de ser doador. Quando ocorre a doação, não há deformação do corpo e tudo é feito regido por leis e respeitando a vontade da família. 

A doação de órgãos é um ato de amor e solidariedade ao próximo. Converse sobre isso e avise sua família. 

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