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Anestesia Geral E Local 

Você sabe a diferença entra anestesia geral e local? A palavra anestesia significa abolição total da dor e sensibilidade. Isso pode ser feito de maneira geral, geralmente escolhida em cirurgias de grande porte ou localmente, geralmente em procedimentos cirúrgicos menores. 

Mas como é a anestesia? Vamos saber mais sobre esse assunto. 

Anestesia x Analgesia 

A anestesia bloqueia toda a dor, a sensibilidade e também os movimentos. Já a analgesia reduz as dores, mas o paciente continua tendo consciência do corpo. 

A analgesia, por exemplo, é bastante utilizada em trabalhos de parto normal, nos quais a parturiente ainda tem a consciência do corpo e participa ativamente do trabalho de parto. 

Já a anestesia pode ser geral, regional ou local. 

A anestesia regional bloqueia uma parte do organismo. É a anestesia raquidiana, por exemplo, na qual somente a parte inferior do corpo é anestesiada. 

Já a anestesia local bloqueia somente uma pequena porção do organismo. São as anestesias utilizadas em procedimentos na pele ou por cirurgiões dentistas em consultórios odontológicos, por exemplo. 

Anestesia Geral 

A anestesia geral é um procedimento que abrange quatro fases: pré-medicação, indução, manutenção e recuperação. 

1 – Pré-medicação 

A fase de pré-medicação tem por objetivo relaxar e diminuir a ansiedade do paciente. 

Muitas vezes, o paciente quando irá ser submetido a um procedimento cirúrgico pode ficar extremamente ansioso. 

Dessa forma, esse paciente recebe uma medicação ansiolítica, justamente para chegar ao centro cirúrgico mais calmo, tranquilo e até já sob leve efeito de sedação. 

Um exemplo de medicação ansiolítica utilizada nessa fase é o midazolan. 

2 – Indução 

A indução é feita por drogas intravenosas e já no centro cirúrgico, justamente para observar corretamente o paciente durante esse processo. 

A droga mais utilizada nessa fase é o propofol. 

O paciente entra em um estado no qual denomina-se coma induzido, de inconsciência. 

Para evitar que esse paciente ainda sinta qualquer dor, é também administrado um potente analgésico, geralmente da família da morfina. 

Dependendo como e onde será o procedimento cirúrgico, o paciente poderá ser intubado, uma vez que a musculatura respiratória relaxa com a anestesia geral. Porém, em outros casos, o paciente pode ficar somente com uma máscara de oxigênio, não necessitando de intubação. 

3 – Manutenção 

Nessa fase, são utilizadas drogas que podem ser inaladas junto com o oxigênio. 

Exemplos dessas drogas são o óxido nitroso ou anestésicos halogenados. 

O médico anestesista é o responsável por avaliar a quantidade de anestésico necessário para a cirurgia. Isso porque dependendo da cirurgia pode ser necessário mais ou menos anestésicos. 

Uma anestesia muita profunda pode resultar em alteração dos batimentos cardíacos e do fluxo sanguíneo, portanto, o médico anestesia avalia bem o quanto de medicação é necessária durante a cirurgia. 

4 – Recuperação 

Nessa fase, quando a cirurgia está no fim, começa-se a diminuir as drogas ou drogas com efeito antídoto são aplicadas, para que o efeito anestésico comece a cessar. 

Pensando em como o paciente vai acordar, são aplicados potentes analgésicos, para que o paciente não acorde com dor após o efeito da anestesia passar. 

Os anestésicos inalatórios têm seus efeitos aos poucos eliminados pela circulação e assim que o paciente recupera consciência, de forma calma, ele é extubado. 

As drogas têm efeito de amnésia, portanto, o paciente não se lembra do que aconteceu. 

Qual É O Risco Da Anestesia Geral?

Muitas pessoas, por desconhecimento, acreditam que a anestesia geral seja um procedimento com alto risco e até perigoso, o que não é verdade. 

As complicações por causa da anestesia são extremamente raras em pacientes saudáveis. 

O risco de morte em virtude de anestesia geral gira em torno de 0,0005% a 0,0001%, ou seja, valores extremamente baixos. 

Quando pacientes com quadros complexos são submetidos a grandes procedimentos cirúrgicos e acabam tendo desfecho trágico, quase sempre é resultado do próprio quadro em si e não da anestesia. 

Complicações E Efeitos Colaterais Da Anestesia 

Algumas situações podem aumentar o risco de haver complicações da anestesia. Dentre elas, podem citar: 

• Uso frequente de bebida alcoólica; 
• História prévia de reação anafilática; 
• Tabagismo; 
• Uso de drogas; 
• Obesidade. 

Dentre as principais complicações da anestesia, podemo citar efeitos imediatos e efeitos mediatos. 

Efeitos imediatos 

São os que ocorrem logo após o paciente acordar. São passageiros. 

• Calafrios; 
• Tremores; 
• Náuseas e vômitos; 
• Tonturas; 
• Dores musculares pelo corpo. 
• Rouquidão (nos casos em que houve intubação); 
• Confusão mental; 
• Problemas de memória; 
• Febre (esse efeito é denominado hipertermia maligna, com febre alta após a administração de drogas inalatórias). 

Choque Anafilático 

A principal complicação da anestesia é o choque anafilático. 

É uma reação alérgica extremamente grave à aplicação de anestesia, podendo ocorrer com qualquer tipo de anestesia, inclusive a local, mas é extremamente rara. 

No caso de choque anafilático, o paciente deve ser imediatamente levado a um pronto-socorro, onde será submetido a manobras de eliminação do anestésico e melhora do quadro respiratório. 

Anestesia Regional 

É um tipo de anestesia utilizada em cirurgias mais simples, nas quais somente uma parte do organismo é bloqueada, como por exemplo, a região inferior. 

Os dois tipos mais comuns de anestesia regional são a anestesia raquidiana e a anestesia peridural. 

1 – Anestesia raquidiana 

Nesse tipo de anestesia, uma agulha é inserida nas costas, no espaço subaracnoide dentro da coluna espinhal, onde o anestésico é injetado para atingir o líquido espinhal. 

Assim, o anestésico dentro da coluna espinhal bloqueia os nervos que passam pela região lombar, impedindo que esses estímulos cheguem até o cérebro. 

Esse tipo de anestesia é bastante utilizada em procedimentos como as cesarianas. 

2 – Anestesia peridural 

No caso da anestesia peridural, o anestésico é injetado na região peridural, sendo constantemente administrado por meio do cateter, sendo administrado um conteúdo bem menor de anestésicos do que na anestesia raquidiana. 

Esse tipo de anestesia pode ser utilizada durante o parto normal. 

Anestesia Local 

A anestesia local pode ser aplicada por diferentes profissionais, não somente médicos, ao contrário dos procedimentos de anestesia geral e regional. 

Na anestesia local, somente uma pequena porção de pele ou mucosa é anestesiada, sendo a anestesia utilizada para procedimentos estéticos, por exemplo e por cirurgiões-dentistas em seus consultórios. 

O tipo de anestésico mais utilizado é a lidocaína, mas outros podem ser utilizados como mepivacaína e bupivacaína, que tem tempo de ação maior. Geralmente, em caso de pacientes saudáveis, o anestésico é injetado junto com um vasocompressor, o que ajuda no efeito anestésico. 

Há também anestésicos em gel ou spray, como utilizados em endoscopia digestiva, por exemplo. 

Esses tipos de anestésicos locais bloqueiam a sensibilidade na pele e região mais superficial, impedindo que chegue até o cérebro. 

Não há grandes riscos na aplicação de anestesia local, no máximo vermelhidão ou algum problema na aplicação, mas o choque anafilático é uma complicação rara. 

Conclusão 

A evolução da Medicina permitiu que hoje procedimentos cirúrgicos sejam realizados com tranquilidade, uma vez que os pacientes estão anestesiados. 

Os riscos inerentes à anestesia são extremamente pequenos e, portanto, tornam a anestesia tanto geral, regional ou local, procedimentos seguros de serem realizados. 

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