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O que é enfermagem peroperatória?
Enfermagem peroperatória engloba os cuidados com o paciente tanto antes, durante quanto depois de um procedimento cirúrgico. Assim, os cuidados e avaliação desse paciente são essenciais para que os resultados previstos para aquela cirurgia possam ser alcançados, sem intercorrências.
A enfermagem peroperatória pode ser dividida nas seguintes fases:
Fase pré-operatória
Inicia-se desde o momento em que há a decisão médica pelo procedimento cirúrgico até a levada do paciente para o centro cirúrgico.
Fase intra-operatória
Abrange o momento em que o paciente adentra o centro cirúrgico, até quando chega na sala de recuperação da anestesia, denominada Unidade de Recuperação Pós-Anestésica.
Fase pós-operatória
Inclui desde a chegada do paciente na Unidade de Recuperação Pós-Anéstesica, até seu encaminhamento para o quarto/enfermagem, incluindo os dias até sua alta e avaliação após a alta hospitalar.
Tipos de cirurgia
Um procedimento cirúrgico pode ser indicado em diversas situações clínicas.
Cirurgia eletiva
Tipo de cirurgia em que há planejamento, para ser feita em um momento mais adequado na vida daquele paciente. Portanto, caso haja adiamento do procedimento cirúrgico eletivo, a vida do paciente não fica em risco e não há complicações a curto prazo.
Como exemplo desse tipo de cirurgia, pode-se citar a remoção de um cisto pilonidal, por exemplo, ou uma cirurgia plástica.
Necessária
O procedimento cirúrgico necessário é aquele que deve ser realizado dentro de poucas semanas. É o caso, por exemplo, da cirurgia de catarata.
Urgente
Esse procedimento cirúrgico deve ser realizado o mais rápido possível, podendo ser adiado por pouco tempo. Como exemplo, pode-se citar a fixação de uma fratura.
Emergente
Uma cirurgia emergente deve ser realizada imediatamente, não podendo ser adiada. Dessa forma, nesse caso, a cirurgia pode salvar uma vida ou ainda um membro. Um exemplo é uma cirurgia de apendicite, por exemplo.
Cirurgia Dia ou Ambulatorial
Nesse tipo de cirurgia, o enfermeiro tem posição privilegiada para poder avaliar o paciente e planejar a experiência peroperatória.
Dessa forma, para o paciente, há menor risco de infecção, menos tempo de afastamento do trabalho e redução do estresse psicológico, por exemplo. Porém, há menos tempo para estabelecer vínculo com o paciente e menos tempo para avaliação de complicações pós-operatórias tardias.
A importância da segurança ao paciente na enfermagem peroperatória
A segurança e o bem-estar dos pacientes são fatores importantes e essenciais na enfermagem peroperatória. Afinal, pacientes que se submeterão a procedimentos cirúrgicos estão mais propensos a desenvolverem infecções ou ainda comprometimento de outros sistemas, causados por posicionamento.
Dessa forma, protocolos clínicos baseados em evidências são adotados em diversos centros, visando melhorar os índices de recuperação dos pacientes e diminuição de intercorrências.
De fato, esses protocolos incluem práticas fundamentais, como a identificação correta, bem como mobilização precoce, além do uso de antibióticos adequados, cirurgias minimamente invasivas, quando possível e abordagens terapêuticas para resolução dos problemas, por exemplo.
Projeto de melhoria do cuidado cirúrgico
O Surgical Care Improvement Project, lançado nos Estados Unidos tem como metas:
- Reduzir complicações cirúrgicas em 25%;
- Intervenções de enfermagem no estágio mais precoce possível.
Dentre as ações desse projeto, estão:
- Administrar antibiótico profilático 1 h antes do procedimento cirúrgico e suspensão desse antibiótico 24 h após o término do procedimento;
- Controle da glicemia sérica em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca;
- Remoção adequada de pelos corporais em pacientes submetidos à cirurgia;
- Remoção da sonda vesical no primeiro ou segundo dia de pós-operatório;
- Manter o uso de betabloqueadores no dia da cirurgia;
- Profilaxia e tratamento adequado para tromboembolismo venoso.
Metas nacionais de segurança do paciente
Em 2013, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, através da Portaria 529 [1]. De fato, essas metas estão em concordância com as Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas em 2006, pela Joint Comission International, dos Estados Unidos.
Assim, esse programa estabelece as seguintes metas:
- Identificar corretamente o paciente;
- Melhorar a comunicação efetiva;
- Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância;
- Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto;
- Reduzir o risco de infecções associadas ao cuidado da saúde;
- Reduzir o risco de lesões aos pacientes decorrentes de quedas.
Já o COREN – SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) estabeleceu uma cartilha com 10 metas para segurança do paciente, elaborada por enfermeiros, pela sua câmara técnica e pela Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente (REBRAENSP) [2]:
- Identificação do paciente;
- Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos;
- Cateteres e sondas – conexões corretas;
- Cirurgia segura;
- Sangue e hemocomponentes – administração segura;
- Paciente envolvido com sua própria segurança;
- Comunicação efetiva;
- Prevenção de queda;
- Prevenção de úlcera por pressão;
- Segurança na utilização de tecnologia.
Assistência da enfermagem peroperatória
A avaliação inicial do paciente deve ser feita, colhendo seu histórico, bem como investigando possíveis alergias e uso de medicamentos, além da condição atual de saúde.
Além disso, garanta a disponibilidade do formulário de consentimento informado, bem como explique a necessidade de qualquer outro exame. Foque na educação em saúde, com as orientações necessárias ao paciente, conforme o procedimento a ser feito (incluindo tempo de jejum, por exemplo).
De fato, o formulário de consentimento informado é exigência legal. Com ele, o paciente deverá ter uma ideia do procedimento, bem como do que esperar no pós-operatório.
Fatores de risco para procedimentos cirúrgicos
- Obesidade;
- Nutrição inadequada;
- Desequilíbrio hidreletrolítico;
- Doença cardiovascular;
- Diabetes mellitus;
- Alcoolismo;
- Doença pulmonar ou das vias respiratórias superiores;
- Pacientes que usam medicações.
Portanto, em todos esses casos, o paciente deve ser avaliado e o máximo de cuidado deve ser tomado, em função do maior risco de complicações intra ou pós-operatória, em todos esses casos.
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