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Técnica correta de higiene das mãos

Tempo de leitura: 7 minutos

Higiene das mãos: conheça sua importância

Você sabe qual a forma correta de higienizar as mãos?

v4 900px Practice Good Hand Hygiene Step 1 - Técnica correta de higiene das mãos

Hoje você irá aprender o que é higiene das mãos, conhecerá a importância da higiene das mãos, saber quem são as pessoas que devem realizar essa técnica, indicações e a técnica de higiene das mãos.

O que é higiene das mãos?

É a medida individual mais simples de prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde.

Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento.

Importância da higiene das mãos

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminadas.

A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele.

A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma solução anti-séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.

Os patógenos hospitalares mais relevantes são:Staphylococcus aureusStaphylococcus epidermidisEnterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiellaspp., Enterobacter spp. e leveduras do gênero Candida.

 As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente são causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos, tais como S. aureus e S. epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina; Enterococcus spp., resistentes a vancomicina; Enterobacteriaceae, resistentes a cefalosporinas de 3a geração e Pseudomonas aeruginosa, resistentes a carbapenêmicos.

As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos.

Quem deve realizar a higiene das mãos?

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado.

USO DE ÁGUA E SABÃO

Indicação:

Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais.

USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA

Indicação

Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:

Antes de contato com o paciente

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde.

Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto.

Após contato com o paciente

Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi­mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.

Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde.

Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pe­las vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).

Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos
das mãos do profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.

Após risco de exposição a fluidos corporais

Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.

Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente

Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo.

Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular.

Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüência: sítio menos contaminado para o mais contaminado.

Após contato com objetos e superfícies próximas ao paciente

Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi­mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.

Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa.

Após remoção de luvas

Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi­mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.

As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.

Finalidade

Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos.

A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada, sendo assim, o procedimento deverá ser feito de 40 a 60 segundos.

IMPORTANTE

Antes de iniciar a higiene das mãos, é necessário retirar jóias, como anéis, pulseiras e relógio, pois esses objetos acumulam microrganismos.

Técnica de higiene das mãos com água e sabão

Abrir a torneira, molhar as mãos com cuidado para não encostar na pia;

Aplicar sabão na palma da mão, com uma quantidade suficiente para higienizar todas as superfícies;

Fazer movimentos de fricção com as palmas das mãos;

Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, com os dedos entrelaçados e vice-versa;

Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais;

Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos com movimentos de vai-e-vem, e vice-versa;

Esfregar o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, com movimentos circulares e vice-versa;

Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fechada em concha, com movimentos circulares e vice-versa;

Esfregar o punho esquerdo com a palma da mão direita, com movimentos circulares e vice-versa;

Enxague as mãos, retirando os resíduos de sabão, no sentido dos dedos para os punhos. Evite contato direto das mãos ensaboadas com a torneira;

Secar as mãos com papel-toalha descartável, começando pelas mãos e seguindo pelos punhos. Descarte o papel-toalha no lixo comum.

 

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