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Você conhece a história da Enfermagem? Como ela surgiu e se desenvolveu ao longo dos anos?

História da Enfermagem no Mundo

Com a leitura deste texto você irá aprender sobre a história da enfermagem, como ela surgiu e se desenvolveu ao longo dos anos, tanto sobre como era naquela época como na atualidade.

Essa profissão surgiu no período pré-cristão, com a necessidade do cuidado para a sobrevivência humana.

As primeiras práticas eram instintivas em relação aos enfermos, sendo essa assistência realizada pelo sexo feminino na maioria dos casos.

Nessa época as doenças eram consideradas uma penitência, um castigo divino.

Com o passar dos anos, esse trabalho começou a ganhar destaque e assumir um papel de importância perante a sociedade.

A enfermagem é uma arte, pois está diretamente ligada aos cuidados com os seres humanos.

Contudo, antigamente não era só o cuidado que gerava preocupação, e sim o conhecimento que envolvia esse processo.

Sendo assim, não podemos deixar de mencionar a história de uma mulher de família rica, extremamente religiosa, que acreditava ser enviada por Deus para ajudar os pobres e doentes: Florence Nightingale, nascida em 12 de maio de 1820, em Florença.

Pioneira no tratamento dos feridos de guerra, utilizava alguns métodos de representação visual de informações, como por exemplo o gráfico setorial, conhecido como gráfico tipo pizza. 

Este gráfico é uma ferramenta útil que serve para dinamizar cálculos e representações visuais para transmitir informações estatísticas.

São divididos em setores, cada parte da pizza exibe o tamanho de uma parte da informação relacionada, são utilizados normalmente para demonstrar os tamanhos relativos das partes de um todo. 

Florence utilizou também dados estatísticos para criar um diagrama de área polar, ou “coxcombs” (cristas), como ela chamava.

Eram utilizados como representação de taxas de mortalidade durante a guerra da Criméia (1854-1856).

A área de cada fatia colorida, medida do centro como um ponto comum está na proporção da estatística que ela representa.

A fatia azul externa representa as mortes por doenças contagiosas, tais como a cólera e o tifo.

A parte vermelha mostra as mortes por ferimentos e as partes pretas representam mortes por outras causas.

Florence foi essencial para a evolução de técnicas do cuidado, além de ter seus conceitos utilizados como base para o desenvolvimento de novos procedimentos na área da enfermagem.

Ela tinha uma peculiar capacidade de documentar suas atividades e reflexões diárias.

Tinha o costume de observar as mais variadas condições que os enfermos passavam durante a guerra, de forma precária, os mesmos eram deitados no chão bruto, sujeitos à animais como ratos e insetos durante suas operações, em condições sem higiene alguma.

Isso significava que eles tinham sete vezes mais chances de morrer por doença hospitalar do que no próprio campo de batalha.

Na Turquia, ela coletava dados para organizar um sistema de manutenção de registros que considerava um sistema de manutenção de registros que utilizava como ferramenta para melhoria das condições dos hospitais civis e militares.

Através de cálculos realizados, ela percebia que as condições sanitárias dos doentes melhorava em relação aos números de morte.

Nessa época, Florence criou a teoria ambientalista, aonde o foco principal era analisar as defesas naturais do indivíduo, para saber se um ambiente saudável ou não causava influência no mesmo.

Além de observar se as condições externas eram capazes de prevenir doenças.

Na enfermagem ela modificava aspectos não-saudáveis do ambiente a fim de colocar o paciente na melhor condição possível.

Essa teoria se dividia em:

Ambiente físico: a higiene estabelece uma melhor percepção em relação ao ambiente em que o indivíduo está inserido;

Ventilação: manutenção de ar fresco;

Iluminação: os doentes necessitam de uma boa iluminação, além de animar mais os pacientes, causa uma sensação de relaxamento;

Calor: a enfermagem deve observar se o paciente mantém uma temperatura corporal adequada, a fim de evitar que o mesmo se resfrie, prevenindo a perda de calor vital que é essencial para sua recuperação;

Limpeza: um ambiente sujo é propício para adquirir algum tipo de infecção.

Ruídos: deve-se manter o cuidado para que o silêncio permaneça, pois os níveis de ruídos contínuos e excessivos interferem no desenvolvimento do paciente, além de interferir na qualidade de saúde e no desempenho profissional, causando efeitos fisiológicos e psicológicos nocivos para toda a  equipe de saúde;

Odores: o odor do corpo deve ser removido, evitando que outros entrem no quarto, como por exemplo o cheiro de esgoto;

Alimentação: essencial para uma boa recuperação, o paciente deve manter uma boa e constante alimentação, pois é importante para garantir um aporte nutricional adequado, preservando seu estado nutricional;

Ambiente psicológico: um ambiente negativo resulta em estresse físico e mental. Deve-se propor ao doente diversas atividades, com o intuito de mantê-lo ativo, mantendo ética durante esse cuidado;

Ambiente social: é essencial para a prevenção de diversas doenças, devendo estimular o autocuidado, pois todas as atividades que o paciente puder realizar sozinho, assim deve ser feito, pois isso influencia diretamente na sua recuperação.

Enfermagem no Brasil

A Organização da enfermagem no Brasil teve início no período colonial até o século XIX.

Os tratamentos eram realizados por escravos na maioria das vezes, com base terapêutica feita com ervas medicinais.

O primeiro hospital da época foi inaugurado em 1543, nomeado Santa Casa de Misericórdia seguindo os padrões portugueses, teve o auxílio dos próprios moradores da região.

O hospital acolheu os colonos, nativos e escravos, passando pelos nobres do Império Português e do Brasil Imperial, tradicionais monarquistas e republicanos, até patrões, operários, empregados e desempregados.

O local também serviu para a prática da Medicina durante quase três séculos, antes da fundação da primeira faculdade de Medicina do país.

Ainda hoje, a Santa Casa permanece como hospital de ensino.

No século XIX o Brasil criou algumas medidas de proteção na área materna, inaugurando uma sala de partos.

No ano de 1832 foi fundada a primeira Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com funcionamento de uma escola de parteiras.

Neste cenário temos uma personagem importante para a enfermagem no Brasil: Ana Nery, nascida em 13 de dezembro de 1814, na Bahia.

Trabalhou como voluntária em hospitais durante a guerra do Paraguai. Mesmo com todas as dificuldades, condições precárias que encontrou, se destacou pela sua dedicação nas atividades que exercia.

Viúva, Ana Nery viu seus filhos e seus irmãos serem convocados para a Guerra do Paraguai.

Ela então escreveu ao presidente da província uma carta em que oferecia seus serviços como enfermeira enquanto durasse o conflito.

Partiu da Bahia em 1865, para auxiliar o Exército, que era pequeno e contava com pouco material.

Começou seu trabalho no hospital de Corrientes, onde havia, nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras vicentinas.

Mulher que possuía alguns recursos, montou na própria casa onde morava, uma enfermaria.

Trabalhou até o fim da guerra, na qual perdeu um de seus filhos e um sobrinho, que se alistara como voluntário da pátria.

Enfermagem Atual

Com o surgimento de técnicas no cuidado, diminuiu consideravelmente os riscos de mortes em diversos casos que antes não haviam solução.

Florence apresentava dados comprovando que as condições de higiene e nos cuidados diminuíam as taxas de mortalidade, durante uma epidemia de cólera.

Em outubro de 1853, durante a Guerra da Crimeia, muitos soldados britânicos foram enviados para lutar contra o Império Russo pelo controle do Império Otomano.

Um ano depois, mais de 18 mil soldados adoeceram.

Florence foi chamada pelo secretário de Saúde, Sidney Herbert, para ir à Constantinopla com sua equipe de enfermeiras para cuidar dos doentes.

Chegando ao hospital de Scutari, na Turquia, Florence encontrou condições precárias, com isso ficou claro que a maioria dos soldados estava morrendo de doenças como cólera e tifo, e não de seus ferimentos.

Com isso, ela tomou a providência de transferir para outra parte do hospital aqueles que estavam mais estáveis, para em seguida fazer uma limpeza em todo o setor.

Em seguida pediu para que limpassem todo o sistema de esgoto, instalar sistema de ventilação, pediu para que lavassem as roupas de cama e que providenciassem alimentação adequada aos pacientes.

Com essas medidas, Florence conseguiu reduzir a taxa de mortalidade que era de 43% para 2% em um período de 6 meses.

Também defendia a tese de que pessoas treinadas tinham um melhor resultado na recuperação dos pacientes, ou seja, acreditava que era importante o treinamento na profissão de enfermagem.

A opinião geral da época era de que o treinamento não era necessário, qualquer pessoa poderia cuidar de um doente.

Florence acreditava no contrário, e foi enfrentada com evidências de que mais pacientes morriam nas mãos de profissionais treinados do que com pessoas comuns.

Com isso, ela criou um experimento, no qual os pacientes eram distribuídos de maneira aleatória para equipes treinadas e não treinadas.

O resultado confirmou a hipótese de Florence: os pacientes tratados pelas equipes treinadas se recuperavam mais rápido.

Também provou que nascimentos em casa tinham menor taxa de mortalidade do que os feitos em hospitais, provavelmente devido às péssimas condições de higiene dos hospitais da época.

Com o aumento da tecnologia na saúde e os estudos científicos podemos dizer que os profissionais da enfermagem estão cada vez mais aptos para a realização dos procedimentos que os cabem.

Atualmente, podemos contar com a organização fiscalizadora da profissão, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), e os seus respectivos Conselhos Regionais (CORENs), que foram criados em 12 de julho de 1973, por meio da Lei 5.905.

O COFEN é responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, com o foco na qualidade dos serviços prestados e pelo cumprimento da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem.

Segundo o site do COFEN, veja abaixo as  principais atividades do COFEN e dos CORENs:

COFEN:

• Normatizar e expedir instruções para uniformidades de procedimentos e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
• Apreciar em grau de recurso as decisões dos CORENs;
• Aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da autarquia, remetendo-as aos órgãos competentes;
• Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional.

 CORENs:

• Deliberar sobre inscrição no Conselho, bem como o seu cancelamento;
• Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do COFEN;
• Executar as resoluções do COFEN;
• Expedir a carteira de identidade profissional, indispensável ao exercício da profissão e válida em todo o território nacional;
• Fiscalizar o exercício profissional e decidir os assuntos atinentes à Ética Profissional, impondo as penalidades cabíveis;
• Elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno, submetendo-se à aprovação do COFEN;
• Zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam; propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício profissional;
• Eleger sua Diretoria e seus Delegados eleitores ao Conselho Federal;
• Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo COFEN.

CARGOS E ATRIBUIÇÕES

Enfermeiro:

• Coordena e supervisiona o serviço dos técnicos e auxiliares de enfermagem;
• Nível superior em Enfermagem;
• Duração do curso é no mínimo quatro anos;
• Experiência em cuidados com paciente grave e com grau elevado de complexidade;
• Pode atuar em cargos e funções administrativas.

Suas especializações:

• Enfermagem em Cuidados Intensivos (UTI) Adulto e Neonatal;
• Enfermagem Obstétrica;
• Enfermagem em Estomaterapia com Ênfase em Feridas e Estomas e Incontinências;
• Urgência e Emergência com ênfase em Cardiologia;
• Enfermagem em Cardiologia e Hemodinâmica;
• MBA em Gestão, Auditoria e Acreditação nos Serviços de Saúde;
• Enfermagem Clínica e Cirúrgica;
• Gerontologia e Qualidade de Vida;
• Enfermagem em Nefrologia;
• Enfermagem Oncológica;
• Enfermagem em Centro Cirúrgico (CC) e Central de Material Esterilizado (CME);
• Enfermagem em Saúde da Família;
• Enfermagem do trabalho.

Faixa de salário:

• R$ 1.442,00 à R$ 4.440,00, com média salarial nacional de R$ 2.747,97.

Técnico de Enfermagem:

• Formação de Nível médio;
• Duração do curso de dois anos;
• Apto a cuidar de pacientes de média e alta complexidade, seguindo as orientações do Enfermeiro;
• Realiza administração de medicamentos em diferentes vias, cálculo de medicações, higiene e conforto, coleta de material biológico, execução de exames e prepara os pacientes para exames;

Suas especializações:

• Instrumentação cirúrgica;
• Enfermagem do trabalho;
• Cuidador de idosos e dependentes;
• Urgência e Emergência;
• Diálise.

Faixa de salário:

• R$ 1.021,00 à R$ 1.636,00.

Auxiliar de Enfermagem:

• Formação de Nível médio;
• Duração do curso de um anos;
• Apto a cuidar da higiene e conforto e alimentação do paciente;
• Responsável por pacientes com baixo grau de complexidade e sem gravidade.
• Aplica injeções intramusculares e intravenosas, vacinas, administra medicamentos e realiza curativos simples, com a supervisão de técnicos e enfermeiros.

Suas especializações:

• Enfermagem em Cuidados Intensivos (UTI) Adulto e Neonatal;
• Enfermagem Obstétrica;

Faixa de salário:

• R$ 942,00 e R$ 1.325.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A enfermagem é um assunto muito mais amplo, este conteúdo é apenas uma breve história sobre o contexto geral.

Contudo, gostaria de salientar a importância dessa profissão para a sociedade, pois além de desempenhar um trabalho humanizado, é a arte do cuidar; é preciso possuir empatia, responsabilidade, compromisso e acima de tudo ter amor pelo que faz.

Devemos buscar sempre estar preparados e capacitados para as mais diversas situações.

Também prezar sempre pelo bom atendimento e pela excelência no cuidado prestado, visando a segurança e a qualidade desse atendimento.