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O que são lesões por pressão?
Lesões por pressão são ulcerações causadas na pele ou nas estruturas mais profundas. Geralmente, acabam aparecendo em indivíduos após longos períodos de internação hospitalar, ou então, em menos tempo, em indivíduos com a saúde comprometida.
Assim, existem algumas áreas que são mais susceptíveis ao desenvolvimento de lesões por pressão:
- Região occipital;
- Orelha;
- Omoplata;
- Cotovelo;
- Sacro;
- Tuberosidades isquiáticas;
- Trocânter maior;
- Côndilo medial da tíbia;
- Cabeça da fíbula;
- Malécio medial e lateral;
- Calcâneos.
Fatores de risco para o desenvolvimento de lesão de pressão
- Idade acima de 65 anos;
- Incontinência intestinal ou vesical;
- Desnutrição ou perda de peso significativa;
- Edema, anemia, hipoxia e hipotensão;
- Imobilidade e comprometimento neurológico;
- Capacidade alterada de cicatrização de feridas, tais como em pacientes diabéticos mal-controlados;
- Estado mental alterado, delirium ou demência.
Avaliação da equipe de enfermagem
A avaliação pela equipe de enfermagem pode ser feita utilizando a escala de Braden, a qual avalia o risco de lesão por pressão conforme os indicadores: percepção sensorial, umidade da pele, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e/ou cisalhamento.
Estágio da lesão
A lesão pode ser classificada nos seguintes estágios:
- I: pele intacta, com eritema não branqueável;
- II: perda de espessura parcial da pele, como uma úlcera aberta rasa ou vesícula intacta, ou rompida;
- III: perda de espessura total de tecido, com tecido gorduroso subcutâneo exposto, podendo ocorrer descamação;
- IV: perda total da espessura do tecido, com tecido ósseo exposto, tendão e músculo;
- Inclassificável: perda total da espessura de tecido, com a base da lesão coberta por tecido necrótico;
- Suspeita de lesão tecidual profunda: área de pele de cor marrom ou púrpura, indicando dano ao tecido conjuntivo subjacente por cisalhamento.
Prevenção de lesões por pressão
- Pacientes imóveis devem ser movimentados com muito cuidado;
- Inspecione a pele várias vezes por dia;
- Lave a pele com sabão neutro, enxágue e seque com uma toalha macia;
- Lubrifique a pele;
- Evite colchão mal ventilado;
- Estimule a deambulação e exercícios;
- Mude o decúbito a cada 2 horas;
- Utilizar dispositivos especiais para amortecer áreas específicas;
- Use soro fisiológico para hidratar feridas;
- Aplique pomadas enzimáticas, para ajudar o desbridamento;
- Aplique antibióticos tópicos, em feridas infectadas.
Tipo de curativo |
Exemplos comerciais |
Uso apropriado |
Vantagens |
Desvantagens |
Absorção |
Debrisan |
Lesões estágio II a IV com secreções |
Absorve a secreção e limpa a ferida |
Ter que trocar o curativo 2x ao dia |
Hidrocoloide |
DuoDerm |
Estágios I e II |
Fácil de aplicar e impermeável à água |
Troca de oxigênio ineficiente e deixa resíduos |
Poliuretano |
Tegaderm |
Feridas sem drenagem |
Transparente, autoadesivo e permeável ao oxigênio |
Pode causar escoriações e difícil de aplicar |
Membrana de poliuretano |
Mitraflex |
Lacerações da pele, queimaduras de fita, vesículas, lesões de estágio II, feridas com baixo a moderado exsudato |
Boa capacidade de absorção, boa troca de oxigênio, impermeável a água |
Pode causar escoriações |
Espuma de poliuretano |
Epi-Lock |
Lacerações da pele, queimaduras de fita, vesículas, lesões de estágio II, feridas com baixo a moderado exsudato |
Boa capacidade de absorção, boa troca de oxigênio, impermeável a água, sem escoriações |
Não aderente |
Hidrogel |
Biofilm |
Estágios de I a III |
Sem escoriações na pele, transparente |
Não aderente, difícil de aplicar |
Enzimas de desbridamento |
Elase, Travase |
Estágios de III a IV |
Atua contra tecidos desvitalizados, não apropriada para necroses duras e secas |
Pode danificar tecidos saudáveis |
Prognóstico
O prognóstico de lesões por pressão é excelente, quando as lesões estão em estágios iniciais. Daí a importância do diagnóstico precoce e medidas preventivas, para evitar a piora do quadro.
Já lesões negligenciadas e em estágios mais tardios têm risco de infecção grave e são difíceis de cicatrizar.
Além disso, em alguns casos, retalhos mio-cutâneos e enxertos podem ser opções de tratamento em lesões mais graves.
Depois de 6 meses, mais de 70% das lesões por pressão até estágio II são controladas. Quando não é possível melhorar o cuidado da lesão, bem como o tratamento de doenças concomitantes, o prognóstico é ruim e as lesões são difíceis de cicatrizar.
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