LESÃO POR PRESSÃO: CUIDADOS ESSENCIAIS PARA EVITAR DANOS À SAÚDE DO PACIENTE

Tempo de leitura: 4 minutos

O que são lesões por pressão?

Lesões por pressão são ulcerações causadas na pele ou nas estruturas mais profundas. Geralmente, acabam aparecendo em indivíduos após longos períodos de internação hospitalar, ou então, em menos tempo, em indivíduos com a saúde comprometida.

Assim, existem algumas áreas que são mais susceptíveis ao desenvolvimento de lesões por pressão:

  • Região occipital;
  • Orelha;
  • Omoplata;
  • Cotovelo;
  • Sacro;
  • Tuberosidades isquiáticas;
  • Trocânter maior;
  • Côndilo medial da tíbia;
  • Cabeça da fíbula;
  • Malécio medial e lateral;
  • Calcâneos.

Fatores de risco para o desenvolvimento de lesão de pressão

  • Idade acima de 65 anos;
  • Incontinência intestinal ou vesical;
  • Desnutrição ou perda de peso significativa;
  • Edema, anemia, hipoxia e hipotensão;
  • Imobilidade e comprometimento neurológico;
  • Capacidade alterada de cicatrização de feridas, tais como em pacientes diabéticos mal-controlados;
  • Estado mental alterado, delirium ou demência.

Avaliação da equipe de enfermagem

A avaliação pela equipe de enfermagem pode ser feita utilizando a escala de Braden, a qual avalia o risco de lesão por pressão conforme os indicadores: percepção sensorial, umidade da pele, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e/ou cisalhamento.

Estágio da lesão

A lesão pode ser classificada nos seguintes estágios:

  • I: pele intacta, com eritema não branqueável;
  • II: perda de espessura parcial da pele, como uma úlcera aberta rasa ou vesícula intacta, ou rompida;
  • III: perda de espessura total de tecido, com tecido gorduroso subcutâneo exposto, podendo ocorrer descamação;
  • IV: perda total da espessura do tecido, com tecido ósseo exposto, tendão e músculo;
  • Inclassificável: perda total da espessura de tecido, com a base da lesão coberta por tecido necrótico;
  • Suspeita de lesão tecidual profunda: área de pele de cor marrom ou púrpura,  indicando dano ao tecido conjuntivo subjacente por cisalhamento.

Prevenção de lesões por pressão

  • Pacientes imóveis devem ser movimentados com muito cuidado;
  • Inspecione a pele várias vezes por dia;
  • Lave a pele com sabão neutro, enxágue e seque com uma toalha macia;
  • Lubrifique a pele;
  • Evite colchão mal ventilado;
  • Estimule a deambulação e exercícios;
  • Mude o decúbito a cada 2 horas;
  • Utilizar dispositivos especiais para amortecer áreas específicas;
  • Use soro fisiológico para hidratar feridas;
  • Aplique pomadas enzimáticas, para ajudar o desbridamento;
  • Aplique antibióticos tópicos, em feridas infectadas.

Tipo de curativo

Exemplos comerciais

Uso apropriado

Vantagens

Desvantagens

Absorção

Debrisan

Lesões estágio II a IV com secreções

Absorve a secreção e limpa a ferida

Ter que trocar o curativo 2x ao dia

Hidrocoloide

DuoDerm

Estágios I e II

Fácil de aplicar e impermeável à água

Troca de oxigênio ineficiente e deixa resíduos

Poliuretano

Tegaderm

Feridas sem drenagem

Transparente, autoadesivo e permeável ao oxigênio

Pode causar escoriações e difícil de aplicar

Membrana de poliuretano

Mitraflex

Lacerações da pele, queimaduras de fita, vesículas, lesões de estágio II, feridas com baixo a moderado exsudato

Boa capacidade de absorção, boa troca de oxigênio, impermeável a água

Pode causar escoriações

Espuma de poliuretano

Epi-Lock

Lacerações da pele, queimaduras de fita, vesículas, lesões de estágio II, feridas com baixo a moderado exsudato

Boa capacidade de absorção, boa troca de oxigênio, impermeável a água, sem escoriações

Não aderente

Hidrogel

Biofilm

Estágios de I a III

Sem escoriações na pele, transparente

Não aderente, difícil de aplicar

Enzimas de desbridamento

Elase, Travase

Estágios de III a IV

Atua contra tecidos desvitalizados, não apropriada para necroses duras e secas

Pode danificar tecidos saudáveis

Prognóstico

O prognóstico de lesões por pressão é excelente, quando as lesões estão em estágios iniciais. Daí a importância do diagnóstico precoce e medidas preventivas, para evitar a piora do quadro.

Já lesões negligenciadas e em estágios mais tardios têm risco de infecção grave e são difíceis de cicatrizar.

Além disso, em alguns casos, retalhos mio-cutâneos e enxertos podem ser opções de tratamento em lesões mais graves.

Depois de 6 meses, mais de 70% das lesões por pressão até estágio II são controladas. Quando não é possível melhorar o cuidado da lesão, bem como o tratamento de doenças concomitantes, o prognóstico é ruim e as lesões são difíceis de cicatrizar.

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