Eritroblastose fetal

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O que é eritroblastose fetal?

A eritroblastose fetal é uma anemia hemolítica que afeta o bebê. É também conhecida como Doença Hemolítica Perinatal.

Ela ocorre quando há incompatibilidade entre os grupos sanguíneos (fator rH) da mãe e do feto. O nome “eritroblastose fetal” se dá pelas hemácias também receberem o nome de eritrócitos.

Causas

A incompatibilidade entre os grupos sanguíneos (fator rH) ocorre entre mãe e feto quando a mãe é fator rH negativo, o pai rH positivo e o bebê fator rH positivo. Isso é chamado isoimunização rH.

Quando um indivíduo é rH negativo, significa que suas hemácias não possuem um determinado antígeno, chamado antígeno D. Porém quando o bebê é rH positivo, significa que as hemácias do feto possuem tal antígeno D.

Dessa forma, o organismo da mãe começa a produzir anticorpos contra o sangue do bebê, resultando em hemólise.

É uma doença que tem como ser prevenida, já identificando no pré-Natal o risco dela ocorrer, quando a mãe é fator rH negativo.

Mas, não é somente o fator rH que pode levar a eritroblastose fetal, embora 95% dos casos se deve ao fator rH. Existem outros antígenos na superfície da hemácia, mais raros, como é o caso do antígeno Kell, Duffy ou Kidd, por exemplo, que também podem causar a doença.

Sintomas

Geralmente, a eritroblastose fetal é assintomática. Mas, durante a gestação, haverá aumento da velocidade de circulação do sangue no feto. De fato, isso ocorre, pois o sangue anêmico, com as hemácias destruídas, é menos viscoso.

Porém, essa observação não é detectada através do ultrassom comum, somente por dopplervelocimetria.

Se a doença se agrava, o feto poderá ficar inchado, ter icterícia e até danos cerebrais. Nos casos mais graves, há morte intrauterina do feto.

Diagnóstico

Na primeira consulta de pré-Natal, todas as gestantes devem passar pela tipagem sanguínea. É feita, também, em caso de gestantes rH negativas, a pesquisa por anticorpos reflexos.

No caso, o teste indireto de Coombs permite diagnóstico de anticorpos específicos.

Assim, se o resultado for positivo para anticorpos que podem levar à eritroblastose fetal, é necessária realizar a tipagem sanguínea do pai do bebê.

Se o pai for rH negativo, não há problemas, mas se o pai for rH positivo, são necessários exames e controle, para estabelecer o risco de desenvolvimento da doença.

Tratamento

É comum escutarmos que na primeira gestação não há risco de desenvolvimento da eritroblastose fetal. Isso se deve, pois na primeira gestação só há a sensibilização da mãe no momento do parto.

Afinal, só há passagem do sangue do bebê para a circulação materna na hora do parto.

Dessa forma, durante uma segunda gestação, a mãe já com os anticorpos, os problemas podem ser maiores para o feto. Para a mãe, não há riscos de saúde.

Para evitar a chamada “sensibilização”, sendo a apresentação do antígeno D (nas hemácias do feto) ao sistema imunológico da mãe, deve-se administrar imunoglobulina anti-D.

De fato, quando o anticorpo imunoglobulina anti-D é administrado precocemente, ele já se liga ao antígeno D. Recomenda-se a administração da imunoglobulina anti-D na hora do parto, mas ela também pode ser administrada antes, na 28a. semana de gestação.

Quando a doença já está instalada e não houve tratamento com imunoglobulina, o tratamento envolve exanguineotransfusão, sendo a retirada do sangue do recém-nascido em pequenas quantidades e substituição por sangue compatível.

Prevenção

Ainda há casos graves de eritroblastose fetal, que podem inclusive evoluir para morte intrauterina, devido à falta de conhecimento e pré-Natal adequado.

Infelizmente, muitas mulheres não fazem o pré-Natal e com isso, acabam não recebendo as medidas preventivas adequadas para evitar complicações da eritroblastose fetal.

Muitas pessoas confundem, acreditando que a imunoglobulina é uma “vacina” contra eritroblastose fetal, mas não é, visto que é o anticorpo.

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