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O que é choque cardiogênico?
O choque cardiogênico é um estado agudo, no qual há diminuição do débito cardíaco, resultando em perfusão tecidual inadequada, mas ainda com bom volume de sangue circulando.
Ou seja, o choque cardiogênico ocorre quando o coração perde sua capacidade de bombear o sangue adequadamente, causando diminuição acentuada da pressão arterial, falta de oxigenação e acúmulo de líquido nos pulmões.
Embora represente menos de 4% dos casos totais, o choque cardiogênico representa a principal causa de morte devido ao infarto agudo do miocárdio.
Com a evolução das técnicas na medicina, com estratégia de revascularização precoce por intervenção coronariana percutânea, houve melhora na sobrevida dos pacientes com choque cardiogênico.
No entanto, a mortalidade devido ao choque cardiogênico permanece alta, sendo em torno de 50% nas primeiras 48 horas após o início do quadro.
Sintomas
Os principais sintomas de choque cardiogênico são:
- Respiração rápida;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Pulso fraco;
- Sudorese;
- Pele fria;
- Diminuição da produção de urina;
- Perda de consciência.
Fatores de risco
- Pacientes com mais de 75 anos;
- Sexo feminino;
- Pacientes com diabetes;
- História prévia de problemas cardíacos;
- Angina com infarto agudo do miocárdio prévio.
Causas
O choque cardiogênico pode acontecer após um infarto agudo do miocárdio, sendo essa sua principal causa.
Mas, existem outras causas possíveis para choque cardiogênico, tais como:
- Válvulas cardíacas com problemas;
- Miocardite aguda;
- Insuficiência ventricular direita;
- Arritmias;
- Traumas cardíacos;
- Intoxicação por medicamentos ou drogas.
Como ocorre o choque cardiogênico?
Ocorre isquemia do miocárdio, o que leva a diminuição da contratilidade e do desempenho ventricular.
Assim, ocorre diminuição persistente da pressão arterial, levando à hipóxia, acúmulo de metabólitos, acidose e dano celular.
O quadro, de fato, leva ao aparecimento de arritmias cardíacas, o que prejudicam ainda mais o desempenho cardíaco e pode levar o paciente ao óbito.
Há desencadeamento de mecanismos compensatórios, como taquicardia, ativada pelo sistema nervoso simpático, por exemplo, e retenção de sal e líquidos, pelo sistema Renina Angiotensina Aldosterona, o que leva a piora da função ventricular.
Por último, há desenvolvimento de falência múltipla de órgãos, levando ao óbito.
Diagnóstico
Os sintomas de choque cardiogênico são, muitas vezes, semelhantes ao do infarto. Portanto, o diagnóstico deve ser rápido, para aumentar a chance de sobrevida do paciente.
Dentre os exames feitos pelos médicos no setor de emergência do hospital, estão a aferição da pressão arterial, eletrocardiograma, além de alguns exames de imagens, como exames de raios-X do tórax.
De fato, os critérios hemodinâmicos para estabelecimento de diagnóstico de choque cardiogênico são pressão arterial baixa sustentada (>90 mmHg), índice cardíaco reduzido (<2,2 L/min/m2) e pressão pulmonar elevada (< 18 mmHg).
Porém, não existem marcadores laboratoriais específicos para diagnóstico do choque cardiogênico.
A função renal e exames hepáticos podem ser úteis para avaliar a disfunção nesses órgãos.
Por últimos, os pacientes podem apresentar lactato sérico elevado.
Tratamento
O tratamento no caso de choque cardiogênico deve ser instituído o quanto antes, sempre em mente que quanto mais tempo o paciente permanece sem tratamento, menores são as chances dele sobreviver.
Em pacientes com saturação abaixo de 90%, deve-se indicar oxigênio suplementar. Oxigenação de pulso e monitoramento eletrocardiográfico também são ações essenciais.
A revascularização do miocárdio é a intervenção com maior potencial de benefício clínico para o paciente com choque cardiogênico.
Portanto, no atendimento de emergência, o paciente deve ser estabilizado e então, levado ao centro cirúrgico ou local que tenha estrutura para realizar a revascularização do miocárdio. Todos os pacientes com choque cardiogênico necessitam internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Na emergência, podem ser administrados medicamentos para aumentar a força do coração, tais como noradrenalina e dopamina. Além disso, aspirina é útil para evitar a formação de coágulos.
Diuréticos como furosemida também são administrados para diminuir a quantidade de líquidos no pulmão.
No caso de arritmias, a utilização de marcapassos pode ser uma boa opção, além de medicamentos para correção das arritmias ou conversão elétrica.
Complicações do choque cardiogênico
As principais complicações do choque cardiogênico são a falência de órgãos como rins e pulmões, o que leva o paciente ao óbito.
Porém, é possível reverter o quadro, quando o paciente é diagnosticado precocemente e o tratamento instituído rapidamente.
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