Esclerose Múltipla

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O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa, crônica, que afeta a bainha de mielina que reveste os neurônios da substância branca e cinzenta do sistema nervoso central.

Existem algumas áreas do sistema nervoso central que são mais afetadas pela doença, que são o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal, além do próprio cérebro em si.

Conforme as áreas afetadas, os sintomas são mais intensos ou menos.

Estima-se que haja 40.000 casos no Brasil e 2,3 milhões de casos no mundo todo, o que corresponde a 15 casos a cada 100.000 habitantes. As pessoas mais afetadas são mulheres, de 20 a 40 anos.

Um médico francês denominado Jean-Martin Charcot, considerado o pai da neurologia moderna, identificou a chamada Tríade de Charcot, caracterizada pelos sintomas de tremor, alteração na fala e movimento involuntário dos olhos, sintomas ligados à esclerose múltipla.

Causas

Existem alguns genes envolvidos no desenvolvimento da doença e que já foram identificados.

Além dos fatores genéticos, há também outros fatores, ambientais, que funcionam como gatilhos para o início da doença:

  • Vírus Epstein-Barr e citomegalovírus;
  • Prolongados baixos níveis de vitamina D;
  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Exposição a solventes orgânicos.

Sintomas

Os sintomas da esclerose múltipla acontecem quando há desmielinização da bainha de mielina, que é uma proteção do axônio, uma parte das células que compõe o sistema nervoso central.

bainha de mielina - Esclerose Múltipla

Alguns sintomas comuns são:

  • Fraqueza muscular;
  • Parestesia (sensação de formigamento);
  • Visão borrada (neurite óptica) e diplopia (visão dupla);
  • Falta de coordenação para andar, gerando desequilíbrios;
  • Problemas de memória, de atenção e processamento de informações;
  • Alterações de humor;
  • Urgência urinária;
  • Constipação;
  • Refluxo;
  • Depressão;
  • Ansiedade.

Classificação da esclerose múltipla

Dependendo dos sintomas, a esclerose múltipla pode ser classificada em algumas diferentes fases.

Fase remitente-recorrente

Também chamada de surto-recorrente ou EMRR. Representa a primeira fase da doença, na qual engloba 85% dos casos, onde os surtos com sintomas ocorrem e podem ter remissão completa, sem sequelas com o tratamento ou espontaneamente.

Em um período de 10 anos, metade dos pacientes dessa fase evoluirá para a segunda fase da doença.

Fases progressivas (primária ou secundária progressiva – EMPP e EMSP)

Na segunda fase da doença, para qual 50% dos pacientes evolui, há presença de sequelas e os pacientes não se recuperam mais plenamente.

De fato, há perda visual definitiva e maior dificuldade para andar, levando à necessidade de usar bengalas ou cadeira de rodas para movimentação.

Na terceira fase, os surtos pioram e os sintomas tornam-se mais severos nessa terceira fase.

Há uma última fase, que engloba 5% dos pacientes, que apresentam a fase progressiva com surtos.

Diagnóstico da esclerose múltipla

Os critérios de McDonald (2017) são utilizados para o diagnóstico de esclerose múltipla. Esses critérios analisam vários aspectos clínicos da doença, bem como exames de imagem.

Além disso, é realizado o exame do liquor do paciente, com a pesquisa de marcadores específicos, os chamados autoanticorpos (bandas oligoclonais).

O exame de imagem mais utilizado para diagnóstico da doença é a ressonância magnética. Nela, são necessárias imagens de duas ou mais áreas de lesões desmielinizantes, que geralmente aparecem em regiões específicas.

O diagnóstico precoce da esclerose múltipla é essencial, para tratar os sintomas e possibilitar alterar o curso da doença.

Tratamento

Não existe tratamento que cure a esclerose múltipla. O tratamento da doença envolve diversos protocolos, conforme os surtos e sintomas. É também importante a aderência do paciente.

Dessa forma, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente.

Para isso, são utilizados medicamentos como corticoesteroides e imunossupressores orais.

Além disso, anticorpos monoclonais e imunoglobulinas também podem fazer parte do tratamento, conforme a evolução da doença.

Com a aderência do paciente e alterações de hábitos de vida, é possível ter uma perspectiva menos sombria da doença.

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